Olá meu amigos leitores .. Hoje me deparei com um texo realmente incrivél em A Cabana e a Graca de Deus ...
"E a verdade vos libertará" boa leitura e edifiquem-se.
Dar o dízimo sob pressão? Semear para ganhar favor ou lucro? Fazer um pacto com Deus?
Estes conceitos não fazem parte da nova aliança sob a qual vivemos hoje em dia.
Deixe-me enfatizar que apesar da imagem e do título
provocativos, existem pastores que ensinam sobre o dízimo com boa
intenção, mas mesmo assim, o dízimo como exigência de Deus não é para os
dias atuais. E quando Jesus caçou os cambistas do Templo, era porque
eles impediam aos estrangeiros, os cegos e os mancos de aproximarem-se
de Deus. De igual maniera, certas pessoas de hoje em dia querem
re-erguir as barreiras a Deus que Jesus já tirou.
Para começar,
não devo explicar o dízimo fora do panorama completo do evangelho da
graça pura sob o qual vivemos hoje em dia, porque vão de mãos dadas;
quem não entende a função do dízimo não entende a nova aliança pela qual
Jesus morreu e ressuscitou. Para muita gente o entendimento da Graça é
tão incompleto que, quando ouvem a ideia de que estamos debaixo da Graça
e 100% perdoados, o primeiro pensamento delas é: “Quer dizer que
podemos ir e pecar à vontade?”. Da mesma maneira, quando ouvem a ideia
de que não estamos obrigados a dar o dízimo pensam: "Ah, então não vou
dar mais!”, ou, “Você está incitando as pessoas a não colaborar com a
obra de Deus!” Mas, em ambos os casos, a verdade é muito mais completa:
você está 100% debaixo da Graça, livre para viver uma vida nova, a vida
de Cristo em você (Romanos 6). Isso quer dizer que vai expressar a vida
do Pai Amado e toda a conduta dEle, incluindo o que você faz com seu
dinheiro. Visto que até a maioria dos pastores não entendem claramente a
diferença entre a nova aliança e a antiga aliança, sentem a necessidade de usar a lei para controlar o comportamento da
congregação, e o dízimo para arrecadar dinheiro. Repetindo, a Graça não é
um chamado para a libertinagem ou a preguiça e sim a entrar em uma
verdadeira comunhão com o Cristo vivo e expressar a vida e a natureza
Dele em todo o sentido. Por isso quero enfatizar minha publicação no
link acima e mais os trechos bíblicos que citei: Romanos 5 a 8, Hebreus 7
a 10, 2 Coríntios 3 a 5 e Gálatas de 1 a 6, para dar um contexto aos
meus comentários sobre o dízimo. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e
para sempre, (Hebreus 13:8), mas as alianças de Deus com a humanidade
mudaram para sempre em 30 e 70 d.C.
Dito isto, comecemos com 2
Coríntios 8 e 9. Em dois capítulos, Paulo explica a fundo a mentalidade
dele sobre dar dinheiro e o nosso exemplo a seguir hoje em dia. Ainda
que a explicação dele seja completa, vou fazer alguns comentários:
1) Não deixe que ninguém te cite o versículo 9:6 fora do contexto:
“Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que
semeia com fartura, também colherá fartamente. ” Se ler este versículo
no contexto, isto não quer dizer que se der o dinheiro à igreja
institucional, Deus vai te recompensar financeiramente com um bom
negócio ou algo mais, ou que se não der dinheiro, vai cair em fracasso
financeiro. De novo: leia os capítulos 8 e 9 por inteiro e vai ver o
contexto e o sentido. Que agora você tem o privilégio de fortalecer o
verdadeiro corpo, a verdadeira igreja de Cristo (todos os seres humanos
que têm crido Nele; não um edifício). Você terá o prazer de colher almas
para Cristo, de ver outros seres humanos despertando para a vida de
adoção eterna e de ajudar e compartilhar com o seu próximo. A ideia de
dar dinheiro para receber o lucro, é uma perversão em dois sentidos: é o
orgulho humano tentando ganhar o presente que Deus oferece grátis (tão
insultante quanto tentar pagar a um amigo um presente), e é dar para
receber. Deus dá por dar simplesmente porque Ele é amor mesmo, não para
receber algo em troca. A Graça significa expressar a natureza Dele,
assim você também dá por dar apenas, sem esperar nada em troca. A
colheita que desfruta é ver a edificação do Corpo de Cristo, do qual
você faz parte.
2) Versículo 9:7 – “ Cada um dê conforme
determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama
quem dá com alegria.” Isto é completamente incompatível com “E tem que
ser ao menos “X" por cento, e tem que ser entregue no edifício da
esquina chamada Igreja Fulana”. É completamente incompatível com “Dar a
Deus o que é dele”, “Essa porção não é de você”, “ *devolver* o dízimo
(porque não é dar, é dever)”, etc.
3) Em Deuteronômio 14, verás
que o dizimo jamais foi dinheiro, mas comida. Podia ser convertido em
dinheiro por motivos de viagens distantes e depois convertido de novo em
comida, mas nunca foi oferecido a Deus em forma de dinheiro.
4) É
verdade que o dizimo existia antes da lei, mas se algo é pregado
indevidamente como se fosse uma lei, é o mesmo erro. Pode confirmar isto
ao ler Gálatas 1 a 6, onde Paulo condenou em condições fortíssimas a
exigência da circuncisão, que também existia antes da lei (além dos
sacrifícios), mas era tratada como lei por essa gente.
Então, o que dizer das referências sobre o dizimo na Bíblia?
Vamos primeiro a Malaquias 3, 8-10, o que cita-se volta e meia para verificar o dizimo para hoje em dia:
“Pode um home roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda
perguntam: “Como é que te roubamos?” Nos dízimos e nas ofertas. Vocês
estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a nação toda
está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que
haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos
Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar
sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guarda-las."
Há vários problemas em usar este trecho para os que estão em Cristo e debaixo da graça Dele:
1) Essa *exigência* de dar o dízimo faz parte da velha aliança,
mosaica, que foi dada somente aos judeus, jamais aos gentios. Em todo
caso, aquela aliança tornou-se antiquada e envelhecida com a morte de
Jesus, e desapareceu por completo com a destruição do Templo de
Jerusalém em 70 d.C. (Hebreus 8:13) (embaixo, ao final, vou esclarecer
uma distinção importante entre velha aliança y velho testamento).
2) Este trecho é uma continuação do pensamento que começou em Malaquias
2:1: “ Agora, pois este mandamento é para vocês, os sacerdotes.” Para
um certo grupo de sacerdotes, em um determinado contexto. Não havia
enumeração de versículos e capítulos no texto original, e pode ver a
continuação você mesmo. Isto é mais um exemplo da importância do
contexto: quem fala a quem? Debaixo de qual aliança? E debaixo de quais
circunstâncias?
3) Versículo 2:2: do mesmo pensamento, Deus diz
que tem amaldiçoado a essas pessoas, e promete amaldiçoa-las mais. Ao
interpretar a Bíblia, uma pergunta muito útil de se fazer é: É isso
possível depois da Cruz? E a resposta aqui definitivamente é: “Não”.
Cristo se fez maldição por nós e quitou toda essa maldição. (Gálatas
3:13, Romanos 8:1, 2 Coríntios 5:21).
4) Malaquias 3:10 diz:
“Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento
[comida] em minha casa...Espera. Templo? Que tem a ver esse templo com
você? E, minha casa? Nós, nossos corpos físicos, somos agora o templo, a
casa de Deus. Nada em contra de congregarmos em um imóvel dedicado a
esse propósito, e sim, é justo ajudar com os gastos disso, mas há um
erro em usar termos hoje em dia como templo, santuário, altar, etc, para
nos referirmos a um edifício, ou as partes dele. Nós mesmos somos a
igreja, o templo, a casa de Deus e onde dois ou três estiverem reunidos
em nome de Deus, ali está a igreja. As coisas físicas na antiga aliança
eram uma sombra; as coisas espirituais na nova aliança são a realidade. O
templo a qual Malaquias 3:10 se refere é o Templo de Jerusalém, que foi
destruído em 70 d.C.. Hoje nós somos o verdadeiro templo de Deus.
5) A história de fundo de Malaquias 3:10: os levitas recebiam uma
décima parte das colheitas dos outros onze tribus de Israel em troca de
seu labor de fazer sacrifícios no Templo. Chegou um tempo (Neemias
13:10-13) em que os levitas não recebiam estes dízimos e saíram do
Templo para trabalhar por sua comida. Deus repreendeu os líderes por
fazer isso. Para repetir, a velha aliança nunca foi dado a você, só aos
judeus, e em todo caso esse templo e esse sistema foi destruído em 70
d.C. Toda a Bíblia foi escrita para nossa instrução, mas em muitos casos
somos observadores, não destinatários; sempre olha o contexto.
6) Como disse antes, dar para receber é uma perversão do amor de Deus.
Deus dá para dar, porque Ele mesmo é amor. Você agora é seu filho(a)
amado(a), seu reflexo vivo, assim Ele vai te inspirar a dar e
compartilhar seus bens, sem pensar em recompensa financeira. A antiga
aliança trata de uma overdose de “Fazer o bem, receber o bem; fazer o
mal, receber o mal”, para exaurir o orgulho e o esforço humano. Jesus
veio e deu volta a essa economia, trazendo o favor e as bênçãos de Deus
aos que mereciam menos. As referências na nova aliança sobre semear e
colher têm seu próprio sentido e contexto, que você pode verificar ao
ler 2 Coríntios 8 e 9, e Gálatas 1 a 6. Uma ajuda: não confunda castigo
com consequências.
Nos evangelhos, Jesus sim se refere a dar,
dizimar, etc, mas recorda que Ele mesmo ainda estava debaixo da antiga
aliança (Gálatas 4:4,5). Não descartemos nenhuma palavra da Bíblia, mas
sempre temos que levar em consideração o contexto.
Em Hebreus 7,
há citação de dízimo, mas não é uma afirmação do dízimo para hoje em
dia, e sim uma afirmação da superioridade de Cristo sobre todos,
incluindo a Abraão, algo impensável aos judeus até então. *Uma certa
vez* Abraão voltava de uma guerra, se encontrou com o sacerdote
Melquisedeque, deu a ele a décima parte dos despojos de guerra e recebeu
uma bênção, dois feitos que demonstraram a superioridade de
Melquisedeque, uma sombra de Jesus.
1) Foi uma situação única.
2) Melquisideque não *exigiu* o dízimo de Abraham.
3) Abraham só deu um décimo dos despojos de guerra, e não dos seus bens
materiais ou ingressos; estando em pé de guerra e longe de casa, teria
sido impossível trazer tudo isso com ele.
4) Abraham recusou ficar
com o outro 90%. Ou deu o 90% ao rei de Sodom, ou devolveu o 90% aos
donos originais; não fica totalmente claro no texto, mas nao era para
Abraham.
5) Nem tudo o que Abraham fez é exemplo que somos obrigados a seguir: casar com sua irmã, por exemplo.
Hebreus foi escrito em 67 d.C. enquanto o Templo de Jerusalém ainda
existia, antes de sua destruição pelos romanos no ano 70. Os dízimos
contínuos eram para os sacerdotes levitas, para compensa-los do trabalho
árduo e *contínuo* de fazer sacrifícios de animais pelos pecados do
povo. (Nota esta palavra *contínuo*). No templo terrestre que era uma
representação da morada de Deus, era explicitamente proibido qualquer
móvel para sentar porque o trabalho nunca terminou. Quando Jesus entrou
através de outro sacerdócio, fez *UM* sacrifício perfeito e final,
entrou no Santo dos Santos literalmente no céu, e *sentou* à direita de
Deus – Está consumado! – Onde permanece até agora, seu único sacrifício
já feito e suficiente por toda a humanidade por todos os tempos. Leia
Hebreus 7 a 10 e confirme isto, e analise o versículo 7:12: “Porque
quando muda o sacerdócio, também tem que mudar a lei” – pense nas
implicações disso!
Conclusão do parágrafo anterior: se você ainda
está entregando dízimos por obrigação, está dizendo que seu sacerdote
ainda está trabalhando e fazendo sacrifícios. Seu sacerdote é um levita,
ou é Jesus?
Para resumir, em Cristo está livre de toda lei,
incluindo a de dizimar. Ha recebido o espírito de adoção. Em Cristo,
você é uma nova criatura, literalmente uma morada Dele. Você foi 100%
perdoado e transformado espiritualmente e tem o enorme privilégio de ser
o corpo e o reflexo Dele nesta terra. Seus mandamentos: crer Nele e
amar como Ele te ama, inclusive na gestão dos seus bens materiais. Dá
liberalmente da forma que Ele te guie individualmente.
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Adendo: devido a algumas respostas recebidas, anexo aqui alguns comentários a mais (11 outubro 2015). Quero esclarecer três coisas, principalmente:
Adendo: devido a algumas respostas recebidas, anexo aqui alguns comentários a mais (11 outubro 2015). Quero esclarecer três coisas, principalmente:
1) Quais são as diferenças entre antiga aliança/antigo testamento y nova aliança/novo testamento.
2) Por que entender a nova aliança é de suma importância.
3) Por que entender a função do dízimo e entender a nova aliança vão em conjunto.
1) Antiga aliança/antigo testamento não são exatamente a mesma coisa, e
nova aliança/novo testamento tampouco são exatamente a mesma coisa.
A divisão da Bíblia em antigo testamento/novo testamento é um pouco artificial e enganosa; nem tudo no novo testamento é da nova aliança, e nem tudo no antigo testamento é da antiga aliança. A sombra de Jesus e a sua obra consumada (a nova aliança) está por todas partes do antigo testamento. E posto que Jesus nasceu e ensinou baixo a antiga aliança, nem tudo o que aparece no texto do novo testamento é da nova aliança. A nova aliança só entrou em vigor com a morte de Jesus (“No caso de um testamento, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo quem o fez.” Hebreus 9:16-17; usa-se a palavra "testamento"; dá pra ver a confusão de palavras).
A divisão da Bíblia em antigo testamento/novo testamento é um pouco artificial e enganosa; nem tudo no novo testamento é da nova aliança, e nem tudo no antigo testamento é da antiga aliança. A sombra de Jesus e a sua obra consumada (a nova aliança) está por todas partes do antigo testamento. E posto que Jesus nasceu e ensinou baixo a antiga aliança, nem tudo o que aparece no texto do novo testamento é da nova aliança. A nova aliança só entrou em vigor com a morte de Jesus (“No caso de um testamento, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo quem o fez.” Hebreus 9:16-17; usa-se a palavra "testamento"; dá pra ver a confusão de palavras).
Por isso, não
descartamos nem uma palavra da Bíblia, e valorizamos o antigo testamento
porque nos indica a proveniência de Jesus, a história de fundo de quem
Ele é e por que Ele é tão importante à humanidade.
Porém, sim
precisamos olhar a velha *aliança* na perspectiva certa: foi dada só aos
judeus (foi uma surpresa total a Pedro em Atos 10 que os gentios fariam
parte da família de Deus-- inédito!), e foi dada para demostrar a
impossibilidade de agradar ou chegar perto de Deus a través do esforço
humano. Jesus chegou e intensificou a lei para excluir definitivamente o
auto-esforço (Mat. 5) e ressaltar a obra perfeita que Ele iria fazer.
Agora, o pecado que o escritor de Hebreus descreve é a incredulidade:
voltar aos rituais, costumes, e sacrifícios da antiga *aliança*, para
ter mais segurança, caso Jesus realmente não cumprisse tudo.
2) A
suma importância de entender a nova aliança vs a antiga aliança: Tem
pessoas que responderam e acham que a distinção nova aliança/antiga
aliança é uma mera bagatela ou distração: tudo está na Bíblia, então
façamos tudo; qual diferença faz? Vamos analizar isso:
Hebreus
8:13: “Chamando ‘nova’ esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o
que se torna antiquado e envelhecido está a ponto de desaparecer.” [E
desapareceu mesmo, três anos mais tarde, destruído pelos romanos
conforme a vontade de Deus.]
Não é o único versículo ao respeito
(o tema se repete, por exemplo, em Heb. 9:15 e 10:9-10), mas
reflexionemos nisso: Se Deus declarou novo o padrão da Sua relação com
você, explicitou que o padrão anterior tornou-se antiquado e
envelhecido, e enviou o exército mais poderoso do mundo para fazê-lo
desaparecer por força, não acha que te convêm aprender o que é este novo
arranjo e dar-lhe a mesma importância que Ele lhe dá?
Evitar fazer isso seria evitar a vontade mesma de Deus, não é certo?
3) Por que entender a função do dízimo e entender a nova aliança vão em
conjunto: Vou basear meus comentários no livro de Hebreus, e quero
sugerir que todo o mundo leia essa maravilhosa e fascinante carta por
conta própria, em parte para ver que não estou citando estes temas fora
de contexto. Às vezes citam-se trechos de Hebreus fora de contexto para
aterrorizar as pessoas com perdição eterna e meter-lhes um pavor
indevido de Deus, mas se você ler tudo de inicio a final e entender o
contexto, verá que foi escrito para fundamentar seu coração na *graça*
(13:9).
O escritor escreveu aos crentes judeus em 67 d.C.,
enquanto o Templo ainda existia. Ele queria lembrar-lhes da
superioridade de Jesus, do Seu sacerdócio, e do Seu sacrifício, sobre
toda pessoa, sacerdócio, e sacrifício, e animá-los a entrar de todo
coração a fé nele, sem deslizar e tornar aos ritos da velha aliança. É
bem importante notar que embora eles fossem da tradição judia e mestres
em boas obras, eram *crianças* na verdadeira justiça de Deus! (5:11-14).
Como é que alguém que faz um monte de boas obras na tradição judia seja
uma criança espiritual? É porque Jesus, na Sua morte e ressurreição,
deu volta a essa economia de justiça: “Deus tornou pecado por nós aquele
que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.”
(2 Coríntios 5:21) Jesus não cometeu nem um ato pecaminoso para
tornar-se pecado, e de igual forma nós não fazemos nem uma obra justa
para tornarmos a justiça de Deus; simplesmente aceitamos pela fé o que
Jesus fez por nós. Não é por obras, para que ninguém se glorie.
Além disso, era imaturidade espiritual porque as coisas físicas da
velha aliança eram uma sombra; as coisas espirituais da nova aliança são
a realidade. Eles prefeririam coisas tangíveis, em vez de depender das
coisas verdadeiras mas invisíveis. Cuidado com a tendência de precisar
de coisas físicas, boas aparências, para mostrar uma “santidade”
artificial, uma falsificação da realidade que Jesus já efectuou dentro
de você, na esfera espiritual.
O que tem isso a ver com o tema
do dízimo? Vamos ver o tema de obras mortas, provocadas por uma má
consciência (términos da Almeida, mas vou continuar a citar a NVI para
ser consistente).
Primeiro, Jesus já tratou com seus pecados; é
um ato feito e resolvido (Hebreus 1:3, 7:27, 9:12, 9:26, 9:28, 10:10,
10:12). Agora o pecado ao qual Hebreus se refere è a incredulidade de
que Ele já te purificou: quem estiver aguardando um maior Messias, um
maior sacerdócio, um maior sacrifício, vai aguardar em vão, porque o
grande show já chegou e está em suas narizes. Por isso, não seja
apavorado por 10:26-30, como acontece demais; esse trecho é para quem
recusa crer em Jesus, aguardando algo melhor, que não chegará.
Uma outra forma de incredulidade é ter uma má consciência [Almeida], uma
consciência culpada [NVI]. Nota, por se não seja óbvio: não é a vontade
de Deus que você tenha uma consciência culpada; isso é pensar em você
mesmo em vez de crer na obra consumada de Cristo! Não é nada
“espiritual” ficar com uma consciência culpada, pensando em tudo o mal
que você fez; isso é a incredulidade na obra consumada de Jesus.
Olha a coisa boa que Deus quer para você: “Portanto, irmãos, temos
plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus,
por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do
seu corpo. Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Sendo
assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena
convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de…
[perai--de quê? Do pecado, verdade? Não! É isso o que nos ensinou a
mentalidade religiosa!] …para nos purificar de ***uma consciência
culpada***, e tendo os nossos corpos lavados com água pura. Apeguemo-nos
com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é
fiel.” (Sim, ele fala no próximo versículo de boas obras, mas no
contexto não são iguais a obras mortas. E sim, Paulo fala da tristeza sã
em 2 Cor.7, mas é outra coisa.)
“Ora, se o sangue de bodes e
touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão
cerimonialmente impuros os santificam, de forma que se tornam
exteriormente puros, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito
eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa
consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo!
(9:13-14)
O que tem tudo isso a ver com o dízimo? Tem tudo a ver
com o dízimo como obrigação. Qualquer obra motivada pelo medo ou culpa,
é uma obra morta, inspirada por uma má consciência, que Jesus morreu
para purificar. A coisa não é quanto dinheiro você dá na igreja; é o
motivo atrás disso, e o que esse motivo mostra sobre seu entendimento da
obra consumada de Jesus, a nova aliança. Até aquilo de pensar, “Se Deus
fez tudo isso para mim, o mínimo que eu devo fazer para Ele é…” torna
uma boa obra em obra morta. Outra forma comum é passar um tempo ruim na
conducta ou nos pensamentos, e quando vem o domingo, colocar mais
dinheiro na ofrenda para compensar: obra morta; auto-esforço em vez de
confiar na obra consumada de Jesus. Pode ser que uma pessoa se sente
melhor após fazer isso, mas isso não passa de coçar a coceira duma má
consciência. É desnecessário dizer que “Se eu não dou o dízimo, estou
robando a Deus, e ele vai me amaldiçoar,” resulta numa obra morta.