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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A mensagem da Cruz


Pr Antônio Junior

"Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo". Gl 6.14 (1Co 1.17-24)


A CRUZ DE CRISTO: A morte de Cristo na cruz é um fato central para o cristianismo. É interessante que é da palavra latina “cruz” vem a palavra “crucial”, isto é, central, importante. Totalmente sem aviso e desapercebida, uma nova cruz surgiu nos círculos populares evangélicos nos tempos modernos. Parece-se com a antiga cruz, mas é diferente: as semelhanças são superficiais; as diferenças, fundamentais. 


Desta nova cruz brotou uma nova filosofia da vida cristã, e dessa nova filosofia proveio uma nova técnica evangélica - um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. Esta nova evangelização emprega a mesma linguagem da antiga, mas seu conteúdo não é o mesmo e a sua ênfase não é como antes. (1Coríntios 1.18, 23). 


A execução por morte de cruz era algo terrivelmente cruel. Na verdade, era sadismo legalizado. Foi provavelmente uma das formas mais depravadas de execução jamais inventada pelo homem. Nada mais era que morte lenta por tortura. E realmente funcionava. Ninguém jamais sobreviveu a uma crucificação.


A salvação do homem só pode ocorrer através de uma satisfação dada à lei de Deus, que o homem quebrou e tem quebrado sempre. Cristo colocou-se no lugar do homem, como representante dos que crêem, e sofreu a penalidade¬ merecida, satisfazendo a justiça divina. Até mesmo pensadores não cristãos afirmam a necessidade da punição merecida. O pesquisador C. A. Dinsmore examinou as obras de Homero, Sófocles, Dante, Shakespeare, Milton e outros, e chegou à seguinte conclusão: “É um axioma¬ universal na vida e no pensamento religioso que não pode haver reconciliação sem que haja satisfação dada pelo pecado”.


Portanto, para os que crêem, a cruz é mais que um símbolo a ser levado no pescoço ou pendurado nas paredes da igreja. É o caminho de Deus para salvar todo aquele que crê.


O Pr. John Armstrong, numa de suas palestras da Fiel, nos diz que a cruz era é o centro da vida de Paulo. A cruz é vital. Para viver no poder do Espírito, precisamos entender como o Espírito se relaciona com a cruz. Entender o que pregamos, o meio como pregamos. Unidade na igreja brota da cruz. O evangelho está fragmentado. Perdemos de vista o caminho o propósito o relacionamento com a cruz. 


1Co 2.2. – Aqui o nosso propósito toma forma. Nada saber, senão o seguinte: Jesus Cristo e esse crucificado. Essa é a mensagem que você prega? Pregar a cruz. Amar a mensagem da cruz. Isto é fundamental. 


1Co 1.18-25. – (v. 11-12) Paulo repreende os coríntios pelo fato de serem divididos. Em todas as eras temos grupos assim. As pessoas têm a tendência de se ligarem a um líder. Paulo quer mostrar a esses crentes que a autoridade vem do Senhor Jesus Cristo. A cruz se torna à definição de se viver. (v. 17) Paulo reconhecia que o batismo era importante. Mas pregar o evangelho é muito mais. Paulo não se gloriava nas pessoas, mas no evangelho que pregava.


Sem sabedoria humana, eloqüência, a facilidade de comunicar. Havia muitas escolas de pensamento em Corinto. Paulo coloca sua ênfase na mensagem da cruz (v. 21). Paulo diz que a cruz divide a raça humana (v. 18). Os que perecem e os que estão sendo salvos. O que faz a diferença? A cruz de Cristo. (v. 19). (Is 29.14) Deus mantêm a sua palavra. Deus aniquila a sabedoria dos sábios deste mundo. Deus cumpre essa promessa através da cruz.

Nós olhamos para nós mesmos. As pessoas acham que Deus existe para as suas necessidades. Há poder na mensagem da cruz (18). Existe uma diferença. Porque?

O evangelho não é mais uma filosofia, um plano humano, não é o melhor plano religioso. Quando a sabedoria humana falhou, Deus agiu. Através da cruz. Qualquer sabedoria que tira a centralidade da cruz vai de encontro à sabedoria de Deus. A mensagem da cruz é o poder de Deus (18). As pessoas estão atrás do poder. O poder está na mensagem da cruz. 


v. 20. Paulo faz três perguntas. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o filósofo? Havia muitas escolas de pensamento entre os gregos. O que estas escolas tinham a dizer com relação a isto? Elas não são nada. Onde eles estavam quando Jesus derramou o seu sangue na cruz do calvário? Todas as idéias das pessoas podem ser resumidas em tolices. Deus fez isso através da loucura da pregação. 


v. 23. Qual o conteúdo da mensagem? Cristo crucificado. Deus reduz o orgulho dos homens a nada na cruz. 


v. 22. A mensagem da cruz prova a sabedoria e o poder de Deus. Os que se perdem: judeus e gregos. A busca de sinais. Jesus fez sinais e maravilhas, mas se recusou quando as pessoas queriam e exigiam. Questões como essas não enxergam o foco daquilo que Deus quer comunicar. Diz-nos o Pr. John Armstrong que quando pedimos freqüentemente poder é porque queremos ficar no banco do motorista. Tomar a frente de Deus. Os sinais são dados para mostrar o poder de Cristo. O maior sinal foi à cruz. As pessoas dizem: eu vou me devotar a Deus se ele curar minha filha. Eu dou tudo pra ele se ele cuidar dos meus interesses. Tentam manipula ra Deus. Mas é na cruz que ele chega a nós. 


Os gregos buscam sabedoria humana. (v. 23). Mas nós pregamos a Cristo crucificado. Eles não entendiam isso. Não faz sentido. Falar de um messias que morreu na cruz não faz sentido. Dt 21 diz que um homem que foi pendurado no madeiro é maldito. (Gl 3.13). Os gregos exaltavam a razão, a filosofia a cruz não interessa. Hoje continua sendo tolice para as pessoas.


Mas o verso 24 nos traz uma verdade. Você percebe? Chamados. Quando pregamos muitos se opõem e depois são quebrados. Por que antes eles adiavam, e agora creram? Deus os chamou. É dom de Deus. Crêem através da pregação da cruz (21). Essas pessoas que foram chamadas por Deus descobriram o poder de Deus. Onde o poder de Deus é encontrado hoje? É achado no poder da cruz. O chamado é eficaz. Jr 24.7; Ez 11.19-20; Ez 36.26-27; Mt 16.17; Jo 1.12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45; At 16.14; At 18.27; 1Co 4.7; 2Co 5.17; Gl 1.15; Rm 8.30; Ef 1.19-20; Cl 2.13; 2Tm 1.9; 1Pe 2.9; 1Pe 5.10; Hb 9.15.


O inimigo quer que nós creiamos que podemos encontrar poder em outras coisas. Precisamos pregar a Cristo. A sua morte, o seu sangue, a poder no nome de Jesus. Onde está a sua confiança? O que o mundo ver como fraqueza, Deus diz que é o poder de Deus. Paulo também cria que esta mensagem era loucura. Paulo entendeu que Jesus era o messias falso. Mas ele se encontrou com Jesus. A quem Paulo perseguia? Os cristãos? Jesus. Cristo se identifica com o seu povo. Paulo então crê que Jesus é o servo sofredor de Isaías 53. Ele só compreendeu pelo poder de Deus. Meu Senhor e meu Deus. Quando Deus nos chama ouvimos com poder. Essa é a mensagem.


(v. 25) A sabedoria dos homens é oposta à sabedoria de Deus. Você só compreende esta mensagem porque Deus te deu compreensão. Nós pensamos que é a nossa própria força que faz o ministério crescer. A nossa sabedoria. Um programa abençoado que deu certo para alguém. Procuramos deixar a mensagem mais atraente para atrair as pessoas. Precisamos ganhar seguidores de Cristo através do evangelho. Precisamos nos orgulhar na cruz. O nosso poder está aqui. Que Deus nos ajude para renovar a nossa confiança na cruz de Cristo. 


Quando a Igreja esquece o sentido da cruz, ela se desfigura. Queira Deus sempre nos manter conscientes da cruz de Cristo e do seu sentido




A. W. Tozer escreveu: "Se enxergo corretamente, a cruz do evangelicalismo popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento. É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal... a velha cruz matou todos os homens; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne... A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado – mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz".

Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem às costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada da cruz que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que "foram crucificados com Cristo" ser "descrucificados" e aí "recrucificados"! Paulo declarou: "porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Que segurança para o presente e para toda a eternidade! A. W. Tozer nos diz ainda que:


A CRUZ ANTIGA NÃO FAZIA BARGANHAS COM O MUNDO. Para a jactanciosa carne de Adão, ela significava o fim da jornada. Punha em execução a sentença imposta pela lei do Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana; ao contrario, é uma companheira amigável e, se corretamente entendida, é fonte de oceanos de boa e limpa diversão e de inocente prazer. Ela deixa Adão viver sem interferência. A motivação da sua vida não sofre mudança; o seu prazer continua sendo a razão do seu viver, soa que agora ele se deleita em cantar coros e em ver filmes religiosos, em vez de cantar canções obscenas e beber bebidas alcoólicas fortes. A tônica ainda está no prazer, embora agora a diversão esteja agora num superior plano moral, se não intelectual. 


A NOVA CRUZ ESTIMULA UMA ABORDAGEM EVANGELÍSTICA NOVA E INTEIRAMENTE DIVERSA.O evangelista não exige renuncia da velha vida para que se possa receber a nova. Ele não prega contrastes; prega similaridades. Procura caminho para o interesse do publico mostrando que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; ao invés disso, oferece a mesma coisa que o mundo oferece, só que num nível mais alto. Seja o que for que o mundo enlouquecido pelo pecado reclame para si no momento, com inteligência se demonstra que exatamente isso o evangelho oferece, só que o produto religioso é melhor. 


A NOVA CRUZ NÃO DESTRÓI O PECADOR, REDIRECIONA-O. Aparelha-o para um modo de viver mais limpo e mais belo e poupa o seu respeito próprio. Àquele que é auto-afirmativo, ela diz: "Venha e afirme-se por Cristo". Ao egoísta diz: "Venha e exalte-se no Senhor". Ao que procura viva emoção diz: "Venha e goze a vibrante emoção do companheirismo cristão". A mensagem crista sofre torção na direção da moda em voga, para que se torne aceitável ao publico. O que foi bem analisado por John Macarthur Jr. em seu livro: “Com Vergonha do Evangelho”. A filosofia que está por trás desse tipo de coisa pode ser sincera, mas sua sinceridade não a faz menos falsa. É falsa porque é cega. Falta-lhe por completo todo o significado da cruz. 


A ANTIGA CRUZ É SÍMBOLO DE MORTE. Ela representa o abrupto e violento fim do ser humano. Na época dos romanos, o homem que tomava sua cruz e se punha a caminho já tinha dito adeus a seus amigos. Não voltaria. Estava saindo para o termino de tudo. A cruz não fazia acordo, não modificava nada e nada poupava; eliminava o homem, completamente e para sempre. Não procurava manter boas relações com a sua vitima. Feria rude e brutalmente, e quando tinha terminado o seu trabalho, o homem já não existia. 


A raça de Adão está sob sentença de morte. Não ha comutação nem fuga. Deus não pode aprovar nenhum fruto do pecado, por mais inocente ou belo pareça aos olhos dos homens. Deus salva o indivíduo liquidando-o e, depois, ressuscitando-o para uma vida nova. A evangelização que traça paralelos amistosos entre os caminhos de Deus e os dos homens é falsa para Bíblia e cruel para as almas de seus ouvintes. 


É preciso que nós, que pregamos o Evangelho, não nos consideremos como agentes de relações publicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. Não somos diplomatas, mas profetas, e a nossa mensagem não é um acordo, mas um ultimato. 


Deus oferece vida, não uma velha vida melhorada. A vida que Ele oferece é vida posterior à morte. É vida que se mantém sempre no lado oposto ao da cruz. Quem quiser possuí-la, terá de passar sob a vara... Terá de repudiar-se a si próprio e aquiescer-se à justa sentença de Deus que o condena. Que significa isso para o indivíduo, para o condenado que desejar achar vida em Cristo Jesus? Como poderá esta teologia ser transferida para a vida? Simplesmente, é preciso que ele se arrependa e creia. É preciso que ele abandone os seus pecados e então prossiga e abandone a si mesmo. Que não cubra nada. Que não procure fazer acordo com Deus, mas incline a cabeça para o golpe do severo desprazer e Deus e reconheça que merece morrer. Preguemos a velha cruz e conheceremos o antigo poder. 





SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER


*O Pr. Antônio Pereira da Costa Júnior nasceu em Esperança – PB. Co-Pastor da 1ª. Igreja Congregacional em Sta Cruz do Capibaribe – PE. Faz parte do quadro de ministros da AIECB (Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil). Casado com Esther, e Pai de Rachêl. Palestrante e pesquisador na área de Apologética em geral, Técnico Agrícola pela UEPB e Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). E fez um curso de Apologética por extensão pelo ICP (Instituto Cristão de Pesquisas). Mestrando em Teologia e História pelo SPN – Seminário Presbiteriano do Norte – Recife – PE. E-mail: juniorapologista@yahoo.com.br

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