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sábado, 8 de junho de 2013

Todo Casamento é abençoado Por Deus? O que fazer se um casamento não é uma bênção

                  Marcos Faiock Bomfim
Que garantia existe de que um casamento realizado por um pastor, padre ou rabino recebeu a aprovação de Deus? Será que não é por falta da bênção que algumas uniões terminam em divórcio? Adianta tentar manter uma relação que não foi abençoada?
Na verdade, por mais consagrados que possam ser, pastores, rabinos ou padres nunca vão poder mesmo abençoar um casamento, muito menos consertar com uma oração a escolha errada que alguém fez. O máximo que eles podem fazer é dirigir um culto nupcial e pedir as bênçãos de Deus para o verdadeiro casamento que ainda vai acontecer, na maioria das vezes, ainda naquele mesmo dia, durante a Lua de Mel. E se o casamento, ou seja, a união, não acontece com a bênção do pastor, quando é que ele ocorre? A Bíblia diz claramente que ele ocorre, com bênção ou sem bênção, quando o casal mantém relação sexual, ou seja, quando se tornam “uma só carne”. Nesse momento são unidos solenemente por Deus, o Criador de ambos.
E Deus leva este assunto tão a sério que disse que se um homem seduzir uma virgem e mantiver relações sexuais com ela (ainda que ninguém saiba), deve tomá-la como esposa (Êxo. 22:16 e 17), a menos que o pai dela discorde. E você sabe por que Deus também proíbe a alguém manter relação sexual com uma prostituta (I Cor. 6:16)? Porque a unidade que o ato sexual produz é algo tão profundo que talvez nem com todo o desenvolvimento científico que possuímos, possamos compreender totalmente o significado desse “tornar-se uma só carne” e suas implicações para o corpo e a mente. Ao que parece, uma relação sexual transcende em muito à simples troca de fluídos corporais, e tem implicações espirituais! Por isso é preciso escolher muito bem a pessoa com quem vamos nos tornar uma só carne, e preparar-nos para esse momento.
Mas se o casamento não ocorre na igreja, o que é que a gente vai fazer por lá quando alguém se casa? O culto na igreja tem algumas funções muito importantes, entre elas, a função espiritual – pedir a bênção de Deus para o casamento antes que ele aconteça. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...”, diz o Sábio, no Salmo 127:1. Jesus também disse que se buscarmos “em primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça, todas as outras coisas” nos serão acrescentadas (Mat. 6:33).
Quando um casal vai à igreja, está querendo dizer a Deus mais ou menos o seguinte: “Nós não seremos capazes de manter nossa relação sem a Tua bênção. Então, Senhor, vem nos abençoar.” É por isso que o pastor em dado momento se ajoelha com os dois e roga a bênção de Deus. Mas nem isso garante que Deus aprova uma união que não deveria acontecer. Creio que a escritora Ellen White foi inspirada por Deus ao afirmar que quando movidos apenas por causa da influência das paixões carnais [sensuais] homens e mulheres acabam se desonrando a si mesmos e o bom nome da honra é sacrificado no altar do prazer, “o casamento destas pessoas não pode ser solenizado sob a aprovação de Deus” (O Lar Adventista, pág. 56). Esse é apenas um exemplo de casamentos que não podem ser abençoados, ainda que ocorram na igreja.
Mas acredito que existe diferença entre “bênção de Deus” e a “união”. Um casal que vai à igreja e pede a bênção, pode sair de lá abençoado, mas isso não significa que está unido, ou seja, não tornou-se “uma só carne”. Essa união só vai acontecer depois, longe dos outros, apenas na presença de Deus, que tudo vê e tudo sabe. Mas um casal pode desprezar a bênção, e unir-se mesmo sem antes buscá-la. Deve então separar-se por causa disso? É o próprio Senhor Jesus quem diz: “Aquilo que Deus ajuntou [uniu], não o separe o homem” (Mat. 19:6).
É lógico que esse não era o plano original de Deus. De acordo com a Sua vontade, para tornar-se “uma só carne”, o homem deveria antes “deixar pai e mãe e unir-se à sua mulher” (Gên. 2:24). Isso quer dizer que antes de manter relação sexual, ele precisaria sair oficialmente de casa e firmar um compromisso social e público com aquela que vai tornar-se uma só carne com ele. Os parentes, os vizinhos, os colegas de trabalho, todos deveriam saber disso, antes que a união acontecesse. E o culto na igreja, além de rogar a bênção de Deus, cumpre muito bem também esta função social – revelar o novo status do casal: casados, ou seja, compromisso feito. Isso quer dizer que no caso de haver culto na igreja, o compromisso é feito diante de Deus e dos homens.
Li o e-mail de um ouvinte da Rádio Novo Tempo, separado, que afirmava ter uma forte impressão de que seu casamento não havia mesmo sido abençoado por Deus. Afinal, dizia ele, o Pastor errou várias vezes o nome da noiva durante a cerimônia... E se alguém acha que seu casamento não foi mesmo abençoado, deve separar-se? De maneira alguma. Talvez não tenham sido abençoados ainda, mas, se houve relação sexual, sem dúvida foram unidos por Deus, e o que Ele ajuntou o homem não deve separar.
Em Mateus 19, versos 4 a 6, Jesus não diz que um casal é “ajuntado” por Deus quando recebe a bênção, mas quando se torna “uma só carne”. E quando isso acontece, diz Ele, “não o separe o homem”. Vou repetir para enfatizar: mesmo quando não houve a bênção de Deus, não deve haver separação. Nos versos 8 e 9 Jesus diz que a única possibilidade para haver separação e novo casamento (com outra pessoa, é lógico), é no caso de relações sexuais ilícitas por parte da outra pessoa, ou seja, se a outra pessoa cometeu uma traição sexual.
Mesmo para esses casos, existe esperança! Uniões que foram feitas sem a bênção de Deus podem ser abençoadas se um ou ambos os cônjuges se humilham diante do Criador, confessam sua anterior rebelião ou ignorância, suplicam-Lhe humildemente as bênçãos, e passam a andar com Ele, obedecendo dali em diante Sua vontade. Ele jamais retém as bênçãos do penitente que O busca. Talvez as conseqüências das escolhas equivocadas permaneçam, mas é possível então contar com a presença suavizadora de Deus para suportá-las.
Ellen White, piedosa escritora cristã que viveu há dois séculos, escreveu um texto que considero inspirado e que tem norteado muitos casamentos, inclusive o meu: “Embora possam surgir dificuldades, perplexidades e descoroçoamentos, nem o marido nem a esposa abrigue o pensamento de que sua união é um erro ou uma decepção. Resolva cada qual ser para o outro tudo o que é possível. Continuem as primeiras atenções. De todos os modos, anime um ao outro nas lutas da vida. Procure cada um promover a felicidade do outro. Haja amor mútuo e mútua paciência. Então o casamento, em vez de ser o fim do amor, será como que seu princípio. O calor da verdadeira amizade, o amor que liga coração a coração, é um antegozo das alegrias do Céu” (A Ciência do Bom Viver, págs. 26 e 27). Que isso aconteça hoje em seu casamento!
 
Marcos Faiock Bomfim: Pastor, Terapeuta de Família e Casal e Diretor do Ministério da Família da União Sul-Brasileira da IASD e produtor e apresentador do programa de rádio "Novo Tempo em Família", da Rede Novo Temp

Um comentário:

  1. Oi Laelia a Paz, verdadeiramente Todo Casamento é abençoado Por Deus, fico feliz por gostar que publiquei seu texto"EU NÃO QUERO" seus textos sempre são uma benção para mim, e o brigado pelo elegante, seu blog e você também são muito elegante, Deus te abençoe.

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