Vamos entender melhor o
significado da palavra “amor” na Bíblia, e compará-la com seu uso habitual.
Temos basicamente 4 palavras gregas para se traduzir como amor. São elas: Eros
(físico, sexual), Storge (familiar), Philos (amizade) e Ágape
(amor incondicional).
Obs.:
Este conteúdo foi trabalhado com a turma de jovens da EBD na 1ª Igreja do
Evangelho Quadrangular, em Santo Ângelo - RS, no dia 29 /04/07.
1. EROS
(físico, sexual):
Chamaremos eros de “amor bolo de morangos”. Eu quero o bolo. Eu o quero tanto, que se o conseguir irei consumí-lo sem ao menos pensar em como o bolo se sente. É exatamente assim que algumas pessoas tratam seus semelhantes.
Eros é um amor que toma.
Expressões
que caracterizam o amor eros:
• Você me
faz bem;
• Você é meu/minha;
• Você é lindo(a);
• Você me pertence;
• Teu corpo é perfeito;
• Eu amo você porque você me faz feliz.
• “O amor é cego”
• Você é meu/minha;
• Você é lindo(a);
• Você me pertence;
• Teu corpo é perfeito;
• Eu amo você porque você me faz feliz.
• “O amor é cego”
Por
exemplo, eros está representado no livro de Cantares (onde Salomão deleitava-se
com a beleza de sua amada) e na tradução de Provérbios 7:18, onde uma
prostituta faz o seguinte apelo: “Vem,embriaguemo-nos com as delícias do
amor, até pela manhã”. Nesse versículo, “amor” é uma representação para eros.
A
primeira palavra grega é eros. Aparece com freqüência na literatura
grega secular, mas não na Bíblia. Eros é o amor totalmente humano, carnal,
voltado para o sexo. Daí a nossa palavra ERÓTICO.
Esse tipo
de amor pode até incluir algum sentimento verdadeiro, mas é, basicamente,
atração física, desejo sexual e expectativa de satisfação pessoal. O eros apresenta-se
como amor pelo outro mas é amor por si próprio.
Sua
melhor declaração é “Eu amo você porque você me faz feliz”. Ou “Eu me sinto
fortemente atraído por sua amabilidade (você me amará), por seu temperamento
alegre (você me diverte), por sua beleza e sensualidade (você me dará prazer),
por seu talento (eu me orgulho de você)!” Porém, quando uma ou mais destas
características desaparecem, o amor morre. Esse tipo de amor só quer receber. O
pouco que ele dá, é com o intuito de receber algo em troca.
Infelizmente,
muitos jovens escolhem o namorado ou a namorada, que poderá ser o companheiro
ou companheira para toda a vida, com base apenas no eros. As relações
físicas são antecipadas; a intensidade do eros prejudica o amor genuíno.
Os namorados, mesmo não sabendo quase nada um do outro, pensam que esse tipo de
amor os manterá juntos. Mas isto geralmente não acontece. Seu amor não é o
verdadeiro amor.
A ênfase
exagerada no eros é alimentada por uma filosofia playboy. Esta filosofia
estimula em extremo a sensualidade, tanto da mulher como do homem; a mulher
desnuda-se e exibe-se pelo prazer da sedução e do sexo; o homem cobiça e
apropria-se pelo prazer do machismo e do sexo; a mulher é mero objeto sexual,
um brinquedo (perigoso) para o homem (criança) egoísta. Nessa filosofia,
relação sexual é sinônimo de “fazer amor”.
Casamentos
construídos apenas sobre bases físicas e eróticas não duram muito... Antes do
pleno envolvimento físico, os pretendentes precisam se conhecer nas áreas mais
importantes da alma e do espírito. Para tanto, têm que namorar e noivar, por
algum tempo, antes de se entregarem um ao outro, definitivamente, no casamento.
O relacionamento sexual após o casamento será a coroação de um relacionamento:
•
consolidado,
• comprometido e
• crescente.
• comprometido e
• crescente.
Se você
cometeu o erro de se casar (formal ou informalmente) na base do eros, apenas,
aqui está uma boa notícia para você: O AMOR PODE CRESCER. Não crescerá
automaticamente, mas na medida em que você o cultivar. Portanto, a única
esperança para o seu casamento é ascensão aos níveis mais altos do amor.
2. PHILOS
(amizade):
Chamaremos
esse tipo de amor de “amor time de boliche”. Ele usa essa designação porque há
uma troca mútua, um compartilhar. Em geral, baseia-se numa apreciação recíproca
que pode ser destruída se um ou outro não for recíproco. Por exemplo: digamos
que você é um bom jogador de boliche, eu sou um bom jogador de boliche e nós
dois somos ótimos jogadores. Gostamos de estar no mesmo time de
boliche. Mas você começa a beber demais e só lança bolas na canaleta.
Resultado: você é tirado do time de boliche. Por mais caloroso que seja o amor philos,
ele tem suas deficiências.
Relaciona-se
com a alma, mais do que com o corpo. Lida com a personalidade humana – o
intelecto, as emoções e a vontade. Envolve compartilhamento mútuo. Em
português, a palavra mais próxima é amizade. A forma nominal é usada apenas uma
vez no Novo Testamento (Tg 4.4), mas o verbo “amar”, no sentido de “gostar”, e
o adjetivo “amável” são usados muitas vezes. Este é o grau de afeição que Pedro
disse ter por Jesus quando este lhe perguntou, “Simão, filho de João, tu me
amas?”. O pescador respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. No original
grego, o sentido é: “Sim, Senhor, tu sabes que gosto de ti, que sou teu amigo”
(Jo 21. 15,16).
Neste
nível, o amor é menos egoísta, mas ainda contempla o prazer, a realização e os
interesses pessoais. Não deveria, mas... Normalmente, desenvolvemos amizades
com pessoas cujas características nos agradam, cujos interesses intelectuais e
gostos compartilhamos. Desejamos e esperamos que estes relacionamentos sejam
agradáveis e nos beneficiem de algum modo. Damos, sim, amizade, atenção e
ajuda, mas com alguma motivação egoísta. Mesmo assim, philos é um nível
de amor mais elevado do que eros. Nesse nível, “nossa” felicidade é mais
importante do que “minha” felicidade.
Muitos
casamentos comparativamente felizes são construídos nesse nível. É muito bom
quando marido e mulher são amigos. Alguns maridos e esposas dizem que se amam,
mas, no dia a dia, nem amigos eles são. Prova disto é que não têm sequer prazer
e empolgação com a companhia, os interesses e assuntos um do outro.
Um
casamento não pode sobreviver a menos que cresça pelo menos até ao nível do philos.
Se você é jovem e está pensando em se casar, você deve tomar tempo para
verificar se gosta realmente da pessoa com quem você pretende se unir para o
resto da vida. Seguramente, essa pessoa tem defeitos, características e hábitos
que poderão irritá-lo ou mesmo exaspera-lo no dia a dia da vida conjugal. Você
vê mais virtudes do que defeitos e gosta dessa pessoa o bastante para
perdoá-la, ajudá-la e fazê-la feliz?
Provavelmente
você já ouviu esta frase romântica: “O amor é cego!” Cuidado! O único amor cego
é o eros. Esse tipo de amor realmente fecha os olhos para as faltas, ri
dos defeitos e racionaliza os problemas potenciais (a menos que a pessoa amada
não seja interessante em seu aspecto físico). Philos, por outro lado,
honestamente encara os defeitos e decide se eles podem ser superados pelas
virtudes.
Philos é o meio caminho do amor
verdadeiro – dá um pouco para receber um pouco, numa proporção de 50% a 50%. Um
casal pode viver razoavelmente bem com esse tipo de amor, enquanto cada um
fizer a sua parte e as circunstâncias forem favoráveis. Porém, se um deles
deixa de fazer a sua parte, ou se ocorrem circunstâncias adversas (crise financeira,
enfermidade grave, tensões com parentes, problemas sexuais, problemas com os
filhos etc), a amizade sofre. Philos não agüenta muita pressão. No fim,
torna-se egoísta e exigente. Vêm os conflitos. A amizade vira inimizade. A
única esperança para um casamento estável, bem-sucedido e feliz é o crescimento
para o nível mais alto do amor.
Philos é um amor que troca.
Entenda a
seguinte comparação:
Você têm
um amigo, aqui chamado Manoel. Você, Manoel e outros amigos em comum sempre
saem juntos. Vão a uma lancheria, por exemplo. Vocês sempre dividem a conta.
Mas Manoel nunca participa desta divisão. Não “colabora” com nenhum real.
Exemplo do amor 50% dado – 50% recebido. Você divide a conta porque isto te
beneficia também. Porém, você se sente incomodado com o fato de Manoel nunca
participar da divisão. Você começa a não convida-lo mais para sair. Afinal, ele
não dá retorno algum pra ti. Resumindo... um “amor” um tanto quanto egoísta. O
amor do tipo Philos não é um amor que doa; sempre espera algo em troca.
Expressões
que caracterizam o amor philos:
• metade
da laranja;
• ele/ela me completa;
• ele/ela pensa como eu;
• ele/ela me ajuda em casa;
• ele/ela me dá presentes;
• Gostamos da mesmas coisas;
• Fazemos muitas coisas juntos;
• ele/ela me completa;
• ele/ela pensa como eu;
• ele/ela me ajuda em casa;
• ele/ela me dá presentes;
• Gostamos da mesmas coisas;
• Fazemos muitas coisas juntos;
3. STORGE
(familiar):
Chamaremos
esse amor de “amor da tia Maria”. Amamos tia Maria e tentamos ajudá-la,
não com base na atração física (eros) dela, mas porque ela é a nossa tia Maria.
Ela pode ficar velha, surda e meio-cega, mas ainda é a nossa tia Maria.
Um
excelente exemplo desse tipo de lealdade encontra-se em 2 Samuel 21:10 e 11,
onde “Rispa montou guarda ao lado dos corpos de seus dois filhos e outros
parentes, espantando dali aves de dia e animais do campo à noite”.
É o amor
mais relacionado à família – Rm 12.10 – Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos outros. O desaparecimento desse amor é
mencionado em Rm 1.31 – insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem
misericórdia e 2 Tm 3.3 – sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons.
O AMOR
FAMILIAR – num certo sentido todos somos filhos de Adão, porém nem todos somos
filhos de DEUS, somente os nascidos de novo, regenerados pelo poder da Palavra
de DEUS, assim a família de DEUS só é formada por salvos em CRISTO.
A família
moderna estrutura-se basicamente em torno do casamento, e nesse sentido, é uma
família conjugal – sei que há a “família pós-moderna” e seus novos arranjos
sociais, aos quais não vou tecer considerações nesse momento (pais separados,
casais homoafetivos, adoção pelos avós e outros).
A relação
familiar é algo extremamente COMPLEXA e DINÂMICA. Daí o amor se constituir em
um desafio de escolha à cada dia: escolher amar o outro apesar das diferenças e
do desgaste que muitas vezes a relação apresenta diante do fator tempo.
Você pode
estar pensando que isso não é fácil, mas com a sua escolha adicionada à graça
de Deus torna-se possível. Porque família é projeto de Deus em primeiro lugar;
Ele é o maior interessado. Mas família também tem que ser projeto de homens e
mulheres; ou seja, É PRECISO IMPLICAÇÃO DE CADA MEMBRO FAMILIAR.
4. ÁGAPE
(amor incondicional):
Chamaremos
portanto, o amor ágape de “amor chuva-sobre-justos-e-injustos”. Deus não
isola pequenas áreas onde estão as pessoas boas e faz chover somente ali. Ele
deixa a chuva cair sobre os maus também. A ilustração clássica desse tipo de
amor encontra-se na história do bom samaritano (Lucas 10:29–37), que é contada
para ilustrar o amor (agape) ao próximo (v. 27). Quando o samaritano
olhou para o homem ferido e sangrando, não houve atração física (eros).
O homem que havia sido açoitado não era um ente ou conhecido querido; os judeus
e os samaritanos se odiavam(não tinham amor storge). O homem deixado à
beira da estrada não era um amigo; ele não tinha nada para oferecer; não havia
possibilidade de ação recíproca (philos). Qual seria a única motivação
possível para o viajante ajudá-lo? Ele era um semelhante, um ser humano e o bom
samaritano disse, em outras palavras: “Por isso eu vou ajudá-lo”. Isto é amor agape.
Esse tipo
de amor não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada, mas por Deus. Ágape
ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não tem muito valor, não
corresponde. Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do
outro, a qualquer preço. Não dá 50% para receber 50%; dá 100% e não espera nada
em troca.
Há quem
diga: “Mas isto não é possível, não é humano!” Tem razão. Ninguém pode amar
desse jeito... a menos que Deus lhe dê esse tipo de amor. Ágape é amor
divino! Jesus e os apóstolos usaram este substantivo (e o verbo correspondente)
quando se referiram ao amor de Deus. Veja estas passagens: Jo 3.13; Rm 5.8; I
Jo 4.8-10. O Novo Testamento nos ensina também que quando nós nos arrependemos
dos nossos pecados e cremos em Cristo, recebendo-o como nosso Salvador e
Senhor, Deus derrama seu amor em nosso coração (Rm 5.5). A partir daí, espera-se
que o amor de Deus se manifeste através de nós, nos nossos relacionamentos,
principalmente com o cônjuge. Veja Ef 5.25 e Tt 2.3-4.
Isto não
é fácil... Todos queremos ser amados... Fazemos de tudo para conseguir um pouco
de amor... E o que acontece? Nossos esforços neste sentido acabam dificultando
ainda mais as coisas; talvez até afastem de nós a pessoa cujo amor tanto
almejamos. A duras provas, descobrimos que é preciso amar primeiro... com amor ágape!
Em I Jo
4, há várias referências ao amor de Deus por nós e recomendações para nos
amarmos também uns aos outros. Nesse contexto, o apóstolo explica porque ou
como isto é possível: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro” ( I Jo
4.19). O amor de Deus por nós ensina-nos a amar ou gera amor em nosso coração.
Deus nos
ama como somos, a despeito da nossa pecaminosidade, das nossas atitudes e atos
egoístas. Refletindo sobre isto, observando e agradecendo as manifestações
diárias do seu amor, aprenderemos a amar de verdade. Além disso, o Espírito
Santo faz alguma coisa sobrenatural em nosso coração... “O fruto do Espírito
é amor...” (Gl 5.22). Só assim, seremos capazes de amar, no sentido mais
elevado e nobre do termo.
Note que
esse amor não é um esforço que fazemos porque é a única maneira de conseguirmos
que uma certa pessoa nos ame.
Esse
amor, o amor de verdade:
• É
ordenado por Deus... para nos induzir.
• É exemplificado por Deus... para nos ensinar.
• É produzido por Deus... para nos capacitar.
• É exemplificado por Deus... para nos ensinar.
• É produzido por Deus... para nos capacitar.
O marido
ou esposa que ama assim não tenta mudar o cônjuge, não cobra dele o amor
desejado. Simplesmente ama, sem cobrar nada em troca. Entretanto, assim como
“nós amamos porque Deus nos amou primeiro”, o cônjuge amado, mais cedo ou mais
tarde, responderá com amor. O princípio é simples: amor gera amor! Outras
passagens ensinam esta mesma verdade. Lc 6.38; Gl 6.7.
Ágape é o amor que dá, de graça; dá
100% e não espera nada em troca.
Frases
típicas:
• Eu te
amo (sem um porquê).
• Você precisa ficar internado algum tempo, porque eu te amo (numa clínica de drogas, ou até mesmo preso) – chamados por uns de “amor firme”;
• Eu te amo e por isso você precisa de correção (lembra de Hb 12:6?);
• “Vai doer mais em mim do que em você” – sem o sentido pejorativo.
• Você precisa ficar internado algum tempo, porque eu te amo (numa clínica de drogas, ou até mesmo preso) – chamados por uns de “amor firme”;
• Eu te amo e por isso você precisa de correção (lembra de Hb 12:6?);
• “Vai doer mais em mim do que em você” – sem o sentido pejorativo.
Conclusão
Não amamos porque somos naturalmente bons, mas porque nascemos da graça. Não cumpriremos a lei para fazer-nos “justos”, mas porque ele nos justificou com sua justiça. Não brilharemos porque temos luz própria, mas porque refletimos o sol da justiça.
Ora, o
mandamento é este:
1 – que
creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo
2 – e que amemo-nos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
2 – e que amemo-nos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
E aquele
que guarda os Seus mandamentos, permanece nele e Ele naquele.
O AMOR
CRISTÃO precisa ser demonstrado no dia-a-dia por todos os crentes, para que
possamos alcançar os perdidos para Deus. Sem amor, não se evangeliza, não se
discipula.
O amor
leva-nos a realizar a obra missionária e a evangelizar. Através dele, podemos
louvar e adorar a Deus em “espírito e em verdade”.
Por Leandro Teixeira.
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